segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mundo moderno

Mundo moderno
Acho que ingressei na escola de filosofia para tentar viver no único mundo de que dispomos: O Mundo Moderno, no qual tudo tem que ser: politicamente correto, ecologicamente correto, esteticamente correto. Já não suporto mais tanta correição.
Será que poderíamos ser um pouco feios, um pouco gordos, um pouco tortos ou um pouco vesgos?
Não. Não podemos! Temos que ser lindos mesmo que isso nos custe a saúde.
Aí vem a parte ecológica: Há uma questão a ser resolvida: Se usarmos copos descartáveis, aumentaremos a quantidade de lixo; se usarmos copos de vidro, teremos que lavá_los e gastaremos água. Talvez a solução seja beber água na concha da mão.(ou não beber..., isso seria uma medida louvável: economizaríamos água para os netos que não sabemos se teremos).
Para ser politicamente correto, há uma porção de coisas que não podemos falar: Não podemos dizer de ninguém que é baixo, alto, gordo, magro, negro, branco, vesgo, perneta, mesmo que o seja. É claro que existe a maneira pejorativa de usar tais termos. Mas, há que se ter muito, mas muito cuidado mesmo porque o outro pode interpretar da maneira que quiser.
A outra coisa difícil é fazer compras: antigamente havia pão; hoje há pão: de centeio, de trigo integral, de cevada, de milho, de aveia, de fibras, de castanhas, de passas, de batatas, e sei eu que quantas qualidades mais. Torna_se difícil encontrar alguma coisa sem aditivos, sejam eles de origem mineral, vegetal, animal, ou sintética. Até a boa e velha alface já mudou de cor.
Antigamente, no domingo à tarde, depois da macarronada com frango assado e 1(um) copo de refrigerante, íamos visitar alguma velha tia.
A velha tia não recebe mais aos domingos, salvo combinação anterior por telefone ou email.
A missa de domingo não tem mais o caráter sagrado.
Nada mais tem o caráter sagrado.
Então, para tentar salvar em mim, o que resta de humano, ingressei no curso de filosofia...

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