segunda-feira, 19 de março de 2012

Pequena reflexão sobre nomes próprios

 Pequena reflexão sobre nomes próprios

O nome é a nossa identidade. E, acredito, o nome traz um fado.  Há pessoas cujo nome não combina com sua personalidade; parecem ter sido nomeadas por engano, algo assim como se a mãe estivesse esperando um filho varão e (isso antes do advento da ultra-sonografia)  lhe nascesse uma menina, e na surpresa escolhesse o nome de última hora.
Porque são escolhidos certos nomes?
Todo mundo conhece alguma mulher chamada “Aurora”. Alguém conhece alguma chamada “Tarde”, ou “Noite”?  Ou algum homem chamado “Ocaso”, ou “Alvorecer”?
E quanto aos nomes de flores?  Há mulheres por nome Rosa, Margarida, Hortênsia...
Algum homem chamado Cravo, Gladíolo, Girassol? Até agora a única flor que encontrei, nomeando um homem, foi Lírio.
Põem-se às vezes nomes de países em pessoas: já conheci uma Itália e uma Argentina com certeza, mas nenhuma Noruega, nem Finlândia. Muito menos Dinamarca. 
Homens por nome Portugal, Líbano, Japão, -  nem pensar.
Há algumas mulheres banhadas em metal: Argentina, Áurea. .– Férrea, não conheço... Nem Plúmbea.
Há homens gerúndios: Armando, Orlando.  Conheço até um feminino do gerúndio: Florinda...
Há as Marias. Disso e Daquilo: se há Maria da Conceição, porque não há Maria do Parto, e se há Maria do Céu, porque não Maria da Terra?
Conhecem-se mulheres de nome Natalina, e homens com o nome de Natal, Pascoal; sim, existem, mas não homens ou mulheres de nome Pentecostal, por exemplo.
 Será pelo fato de algumas festas religiosas serem mais cotadas que outras? E há, claro, aqueles pais que olham na “Folhinha” para dar ao filho o nome do santo do dia. Em virtude disso, conheci certa vez uma jovem, que por ter nascido em 1º de janeiro, foi batizada: Almerinda Circuncisão...(detalhe: ela suprimiu Circuncisão, não porque soubesse o significado, mas porque achava feio).
Mulheres às vezes se chamam Celeste, mas, jamais Agreste,  ou Terrestre
Há-as Marinas, mas não Fluviais.
Sobrenomes O sobrenome é algo mais ou menos recente na História da humanidade. Quando ainda não havia tanta gente, as pessoas eram identificadas pelo lugar de onde vinham, pela sua profissão, ou por alguma característica física. Por alguma razão alguns sobrenomes derivam de plantas ou acidentes geográficos, e aqui também são escolhidos uns, mas não outros:
Pereira, Limoeiro, Limeira, Nogueira, Figueira, Cajazeira, Castanheiro, Laranjeiras, (esse é o único que conheço no plural). Nunca ouvi dizer de alguém que tivesse por nome de família Abacaxizeiro, Aboboreira...
Engraçado. Acabei de notar que a maioria dos sobrenomes brasileiros provém de arvores frutíferas., As exceções ficam para Carvalho e Pinheiro.
Pedreira, Ribeiro, (riacho não é muito cotado), Montes, - por alguma razão, um monte não basta, tem que ser vários.- E, sim, não conheço ninguém cujo sobrenome seja Praia. Ou Brejo.
Estrada é bastante usado; mas não Viela.
Ou Beco.
Acho que estradas têm mais importância... Afinal, levam a algum lugar.
Adendo:
Quando mencionei os sobrenomes, não lembrei de outra curiosidade: Conheço pessoas cujo sobrenome é Pinto ou Galo. Frango, por alguma razão incógnita e não sabida, não é usado.

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