A volta
O mar, a areia macia e cálida. E sol. Aquele sol
maravilhoso, quente, brilhante com o qual sonham os que não moram na praia.
Tinha viajado da montanha
para uma cidade praiana em férias. Era a primeira vez que fazia essa viagem.
Só sabia da existência do mar por ouvir falar. Achou-o ainda mais fantástico do
que as descrições que ouvira.
Férias acabam e tinha que voltar para a casinha acanhada na
roça, ladeado por altas montanhas, que tinham também sua beleza, mas, que de tanto
as ver, não as enxergava mais.
A praia ficaria para sempre em sua memória; o marinheiro
bonitão, também. Tivera com ele um romance passageiro, desses de ferais de
verão.
Com a volta, esperava-a a rotina diária _um tanto chata, mas
que lhe propiciava o pão e alguma tranquilidade: saber o que fazer sem ter que
para isso pensar e planejar cada passo todos os dias.
Voltava para a vidinha acanhada, porém segura.
Com quase trinta anos, já, a esperança de se casar se fora.
Dos moços da cidadezinha, nenhum se casaria com alguém da sua idade. Aliás,
também nenhum lhe causava interesse. Todos, até o filho do fazendeiro mais rico
da região, eram semianalfabetos.
Como seria viver casada com esse tipo de gente?
Ah! Aquele marinheiro!Conhecia
países, idiomas
Como seria bom que seu navio não tivesse partido!
Enfim, voltava.
E recebia na cara um choque de realidade.
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